sábado, 16 de outubro de 2010
Ah mistérios, fatos, líquidos na vida incompreensíveis. A matérias inorgânicas, mas que parecem ter algum tipo de massa incorpórea e intocável que toma conta do corpo na altura do centro do peito. Que causa um reboliço cortante, espasmos e soluços do sentir meros-calados-sentimentos que se entorpecem de uma força corrosiva que em um instante toma conta de tudo, tudo isso que é carne, sentimento, mente e os meados que existem entre. Uma faca que cai a pia escorrendo um sangue cinza, cinza de matéria que é aniquilada. Ah aniquilação de tudo que se instaurou até o momento anterior. O perder do chão, sabe? Não conhecimento prévio do que te arrematou e te fez novo e deu-te uma qualidade própria que, parece, não foi você nos últimos todos anos que viveu. Essa massa imaterial de poder corrosivo, que sai como mangueira potente lavando tudo mecanismo interno que rodava tão redondinho. Pra destruir. E talvez inaugurar um novo estado daqui para frente. E podia se dizer: de dor. Se chamar de dor, dar nome de muitas outras palavras velhas, quase empoeiradas, podia também me pintar de cores alusivas a um estado que não corresponde ao agora, e sim a um apanhado de sentires já passados e conhecido por muitos. Queria saber, aonde acaba a pagina. Aonde, quando o dilacerado peito, Perfura a carne que esta criando bolor apesar de tão bela. Será que vou virar bolor? É uma pergunta que não me faço, pois já vi mesmo, meu pé criar bolor!
Sei que existe cores, fedores, odores um monte de carne e gosma líquida por todos os cantos. Que a vida também é um permitir o sentir e tentar aceitar e entender, ou não, o balançar do balanço. Que o que há de haver são gotículas que caem e não percebemos que já caiam há tempos, ou que podem vir irreconhecíveis e novas novamente. E pra não cansar de não acostumar-me com a vida é preciso em algum momento parar os dedos, a escrita, a linha solta que teima em agarrar pontos pra não sentir-se sem chão.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Enquanto a mim
Se eu sou muito louco não vou me curar, se minhas orbitas alcançam apenas agora terrenos habitados por mim...eu nem ligo, Se as cores me pirarem a cabeça eu nem ligo, se amanha mijar no meu quadro da vida de ontem. Se eu sou muito louco não vou me curar. E nesses processos regentes de um amor próprio, quero explodir com ele. Se sou feliz. Quero mais cortar cabeças no meio da cidade, jacas em baixo de arvores cantantes de novos frutos, de semi-espécie rica de emoções emergentes pra mundos que se faz em segundos, nos instantes perdidos na tarde ganha. E estou com sede de achar logo muitos cowboys ou mesmo bandidos com quem possa conversar. E onde estou chegando, não-não eu não sei.
Talvez eu não queira chegar a lugar nenhum, talvez queira me perder enquanto corto jacas na cidade, enquanto atravesso ruas olhando os edifícios erguidos no alto destruindo os céus com seus aranhas-céu, Arranham meus céus, não... E uhul. Uhul.
Há um momento de perder-se bater sem querer a cabeça nas paredes do quarto. Ei fique aqui, por favor, para tentar nadar um pouco em outras ondas, ondas irreconhecíveis. Seda-me um pouco de você. Vem por que já ficou tarde, tarde pra fechar a pagina, tarde pra fugir e procurar se encontrar em toda essa pressa do mundo, da web, das paginas de bate-papo, de relacionamento sociais que nunca se tocam, Venha fique aqui, olho nos olhos. Apague a luz feche os olhos, escute ainda da pra cantar, até dormir, até a noite cair, até o chão subir pelas paredes e os céus altos de cérebro –corpo. Que precisa, precisa se mexer, como cordas ressonantes de uma guitarra, venha pra seu mundo, pras espécies vivas soltas no sistema neon, no sistema de energias emergidos das almas sedentas de cores, das almas que esbanjam cores e flores. Vamos colocar um vaso com flores. Vamos excitar os dias. Os passos que não devem se perder nas esquinas, nas meninas nos meninos com o rosto empoado de cinzas de cores tão curtas quanto uma trepada vazia no quarto de motel. As teclas de piano podem viajar em atmosferas mais densas que os dias, Ah a música e Arnaldo e mutantes e bonecos tocando nos ouvidos.
Agora esta tudo mais sexy que a Brigitte Bardot, mas tudo parece tão vazio ai fora dentro das ruas, e quem sabe um beijo numa arvore distante num campo no meio do nada só exista no sub consciente morto nos dias esmagados pelo rolo compressor do contemporâneo, do hoje. Meus irmãos deste mundo sexy sua. Nos ouvidos, nas prateleiras de ilícitos quereres sem cor de rock que virou rotina da contra-rotina, vazia sexy sua.
E como será que vai ficar as jacas cortadas na cidade e o vento que me levou tudo , quase; me deixou nu de bundas pra o vento, quem sabe tomar um chute, Mas baby, aonde foram parar vocês. Estou com muita cede. Muita cede de tudo, sem coca, sem refrigerantes, sou mais um vinho, e uma possível viagem pra lua na musica escrita. E como será que vai ficar quando acabar esse texto, quando os movimentos fortes com a cabeça cessarem, e esse rock-roll sair dos ouvidos, vou segurar as pontas dos instantes? Vou mergulhar de novo no novo, e reticências Thatahm thatahm. Fique o solo de guitarra.
Inspiração mais especifica : O texto sem titulo postado dia 15 de fevereiro de 2010 neste blog, os álbuns Sigin Alone 1982 e Elo perdido 1977.
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