terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Merdinha de Brilho


Ah, meu dia foi um esterco pintado no fim da tarde.
No fim da tarde, verdades.
No fim das letras saudades
No meu pensamento, ah que merda
Parecem aves
Hoje minha tarde foi uma pintura de esterco, de merda, de coco ralo escorrendo pelo vazo sanitário... Ah que nojo. Minhas atitudes, minhas insanas atitudes. Ou melhor, a falta delas, a falta de foco na verdade, sendo mais preciso, sendo mais exato, sendo – vou tentar – um pouco mais chato.
Eu corro-ando-caminho no mesmo rolo, na mesma volta em uma mesma roda. Não, não na mesma roda não. Mas sinto ( ah que mania ) que meu tiro é muito prazeroso e parece acertar sempre - quase um alvo novo, só parece que – um problema, tava demorando – não vou conseguindo, enfim, o que desejo, busco e ate pareço me esforçar para, ate parece que estou conseguindo....e distante de novo, e sozinho-vago de novo, e bolso vazio de novo. E um novo com momento de nojo, e pontas, e pontas pegando fogo. E chega desse pensamento que vem em poesia, dessa vida que teima em ser prosa, dessa minha rosa invisível que não me toca. Desse menino que não chora que tenta. Não chora.... Esse rosto no escuro. Essa luz com cores momentâneas (parece que tem validade)... E derepente chega de encanto! Chega de desejo E não tenho uma porra de conquista, de busca no que amo, quase. Por que a minha merda de brilho tem uma merdinha de validade do tamanho do meu cú. Do tamanho da porra da merda que sai do cú.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Viajem, vem.


Vem. Vemm.Vem cá. Deixa esse ventinho entrar, deixa essa silaba solta no ar passar, atravessar.
Vamos voar. Os olhos fechados seguros e livres como uma bailarina que dança sem sapatilhas no escuro. Os braços longos, o corpo (aaihm) nú. Nú com as costas tortas. E o seio da alma fora.
Sê que?... Vem viaja no meu corpo-mente-mundo (palavras?). A viajem hahahhahaa. A porta ta aberta, escancarada... Antes que feche.
Líquido, sente, fino, leve. Gosmento... Delicioso. Escorrendo pelo corpo pela mente, dentro, as pontas dos dedos esticados como teclas de piano.
Uma pequena energia
Um pequeno gozo
Um pequeno garoto torto, tonto.
Um pequeno gozo

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sabe meu amor


Eu vou assim pregando peças na vida, pregando pregos no teto do olho do cú. E a onda vai assim leve, não não não leve não. Correndo, rajada de sopros de estragos no ar, de arrombos. De tombos. E meus olhos tontos loucos e livres. Assim como eu como o mundo da vida.
E vão dar risada e, vou rir junto desse tombo na folha , desse soco na tonta da letra. Ai de mim, óh, não sei escrever e viajo dentro de mim. E Mutantes, bonequinhos mágicos fazendo som no meu ouvido. Destruindo meu estado são e controlado, fraco, limitado. Alias falando em fraco, assim eu me sinto o mais fraco dos fortes assim escrevendo, rasgando as paginas minhas da alma de todos meus amores. Eu vivo vestindo nariz de palhaço vermelho na ponta do umbigo. No fundo-fora dos olhos o brilho negro misturados com os tons vivos , amarelos roxos, e vermelho,e vermelho e sangue. A eu continuo então, vo caminha na roda da rua, vo dançando no meio fio da calçada dançando na chuva magra e esguia. Assim como meu esqueleto mal feito e mal mal mal acabado. Ahh entra assim, hu-hu hu-hu-hu. E abandono. Vai acordar chovendo amanha. Amanha a vida chova e eu canto no meio dia .
Sabe meu amor descer assim escorrendo por dentro e por fora do meio do todo rasgado , e luz e gozo e dor da flor, do amor que surge da palavra da alma. Da calma da raiva da calada língua cortada.

Poetas

Poetas são dores
Poetas os donos de amores
Poetas fedores
Ar, dores
Assim, um cheiro. Assim
Aroma, perfume de flores
Ardores.
Poetas.
Dores.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Cabeça de gozo


Quero que entrem em minhas entranhas me fodam por dentro me fodam por fora,
Navalha quente, faíscas de fogo rasgando , o sangue escorrendo a saliva vapor ...a volúpia no ar, meu corpo é mente em gozo! A cabeça tremendo e girando o ritmo frenético , ecxtasiante. Ninguém segura meu gozo, meu rosto de fogo meu torço torcido, meu olho com brilho negro. A linha rasa , rasa como lamina que escorre na pia , como chuva tremula, como gotículas rasantes descendo pela pia . Uma banheira transborda. (meu refrigerador não fucionaaa) a dor a flor , a cor a dor a cor a flor a flor o clamor, arromba, ahhh, aiierih. Não não não funciona...

Faz frio


Partes do passado( fragmentos antigos)

A brisa nas ruas de São Paulo é de congelar os rostos. Pela manha pessoas saem ao trabalho, algumas de carro, umas de ônibus outras em táxi-sola mesmo. As que estão nos seus carros encontram algum conforto em seus ares-condicionados; aquelas do ônibus se espremem no transporte lotado e fecham os vidros para tentar amenizar o frio , inútil. E, as táxi-sola congelam a cada passo nas calçadas. Realmente o inverno não é bem quisto por todos os paulistas.
A temperatura baixa e as poucas chuvas e chuviscos fazem do inverno, para muitos, uma estação desgostosa em São Paulo. Mas, as tardezinhas frias ficam mais quentes com um cineminha ou chocolate quente debaixo das cobertas vendo um bom filminho - daqueles de casinha da seção-da-tarde. Ahmm, muito melhor principalmente se na companhia da namorada (o). O inverno concebido deste modo fica muito mais gostoso.
E que história é essa de o frio ser chato para se vestir? Nesta época do ano as pessoas ficam mais elegantes, formosas. Ainda com todas essas delicias que só o inverno propicia, sua típica temperatura o faz ser mal-amado por muitos. E podem dizer sobre tudo, ´´- o inverno é frio -``.
Anda-se nas ruas e em qualquer esquina o vento gelado passa correndo, parece cortar a pele...
Mas o frio que me congela, por vezes, e também a outros não é climático. Caminham em avenidas, bairros, favelas, em todo lugar é frio. No casaram com lareira ou aquecedor, é frio. No carro blindado de vidros fume se esconde uma pessoa, alguém que não quer ser tocada por ninguém, alguém que fecha os vidros para que não o vejam nem venham lhe incomodar pedindo esmolas; esse também tem frio igual àqueles ditos indigentes, deitados nas paredes cheirando a mijo do viaduto. As centenas de milhares de pessoas caminhando, paradas, sentadas, deitadas... Tem frio. Algo esta mais gelado do que o vento que bate nos corpos. E não é o inverno.
O caminhar é trocado pelo correr desesperado sempre com medo de perder a hora de algo (o banco que fecha as 4 da tarde, as compras que precisam ser feitas?). Não são as horas que estão se perdendo nem os ponteiros do relógio. Nossa vida os instantes de segundos únicos, as horas, meses , dias anos ; que mão sorrateira ingrata nos roubou?
O respirar é fraco sem força , desanimo. Os olhos abrem e “não se vê nada”. Nada. As mãos frias congelam com medo do toque, os braços, a nuca, o rosto. Todo corpo e ser quer ser casca, apenas carapaça. A crueldade nos assola, não é o inverno que congela-nos, são nossos corações. Petrificados, nossa alma repele o outro. Sombras que como eu caminham perdidas, inconscientemente tenta agarrar o toque . Você não a vê ela não a vê ela não te vê , não se vêem.Olhares, a fome e suplica de contato.
Às vezes esbarrar em outro alguém que passa na rua, só para sentir o toque, por mais bruto, estranho-cortado que pareça. Ah, um ombro roubado.
Se os ouvidos fecharem os olhos, será que se escutam gritos chamando, escorrendo lágrimas sozinhas?