quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A baba

O mundo a girar, rodopiar sobre minha cabeça. E de todas as coisas entendo quase baba. A baba me basta, assim é melhor. Baba é infinito. Na Baba nunca há baba.
Percorro tantas vezes dizendo quando me perguntam – o que foi? – respondo – baba -. Prefiro então caracterizar a baba como tudo. Quase sempre quando fico calado boca, gritando coração. Digo não é baba.
O tímido grito meu não gosta muito, mas veste a baba. E como se fosse a vontade de explodir, explodi então baba. Silenciosa muda, quase muda rompe o espaço da caveira da alma. E sempre expressa tudo.
É tão bonitinho ela parece uma bailarina tímida que sobe na sapatilha e dança no escuro. Bem que gosta de cair, sentir o chão. Alucina-se e, quase sempre o final do espetáculo vomita cores coloridas-dançantes. O vermelho sempre convida a rosa para dançar. A baba convida palavras, flores, luzes e sons... quer o colo das flores, das borboletas. Das borboletas pinturas de flores com asas. ( As borboletas são flores que tem asas!)
Dança desequilibrada num ritmo próprio conduzido pelo espaço vazio de palavras. No seu desequilibro mantém raízes que trepam, alcançam borboletas, fadas, rosas. Canta seu hino, todas sem vocabulário são concebidas. E o signo de sons é um dialeto único inexistente. Diz sem dizer. Baba.

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