quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Bom dia
Bola rolar, bola a rolar.
Raio de sol, raio de sol.
O mundo a girar... rodopiar
Roda pião, roda pião.
Por um coração, por um coração.
Mundo a girar... Vivemos num balãoo
Uma cantiga, poesia infantil. Sem nenhuma ordem ou lógica adulta essa musica me veio à mente.
E agora caem folhas no chão lentamente. Descem do céu chamando meus olhos, claro eles vão, deslizantes e lentos, atende rapidamente o chamado. As flores caindo parecem pedacinhos de frutas ou, pequenas estrelas ou, ouro em farelos no ar. – coitada de uma formiga foi lançada longe, estava sobre meu caderno--. No meio-centro dos olhos que vêem os farelos de ouro, as estrelas que deitando se debruçam todas no chão frio do parque. Ainda se consegue ser frio e automático assassinando uma formiga. – um mero inseto, isso tem vida? –
Eu não consigo entender os pombos. Como pode um ser ter assas e insistir em ciscar e caçar migalhas no chão? É. Bem parecem com nós? Sim parecem. – e uns agora vêm me olhar de perto, se aproximam, será que sabem que fazem parte dessa história... História? Votando é nós parecemos, algumas vezes, os pombos. Eles teimam em ciscar no chão, comer nele. E nós teimamos em não fazer nascer assas. Rururum tem alguns que são um tanto rebeldes, ou enfim, são livres. Correm, voam e voam e voam rápido, muito, tal como uma águia que desce veloz perto da água pra agarrar peixe no bico. – eles brincam pra lá e pra cá no ar.
Faltava chover molhar meu rosto, esta página, as pessoas andando, rastejando e voando. – eu tento voar.
Pausa.
Isto não estava previsto alias nada daqui esta. Um homem velho, mal vestido caminha a uns metros de mim, dirigi-se a um rapaz sentado no próximo banco ao meu lado, e diz bom dia... Aproxima-se de mim –você sabe a coisa mais difícil de se ganhar, é um bom dia, um bom dia. Eu falei bom dia ao doutor ali, e ele fingiu nem me escutar --. Ele sentou junto a mim no banco, no banco em que eu estava sozinho. Conversamos uma breve conversa – infelizmente --. Li o texto que escrevo até o momento concebido antes da pausa, -- pausa que ele fez, criou uma intervenção em min, no espaço. Uma moça e um senhor sentados em bancos distintos, ambos sós, observaram-nos curiosos e distantes. Ele agradeceu a leitura e me deu um livro, que ele comentou no inicio da conversa; me deu um presente. Não me lembro a ultima vez que me deram um presente -- no meu aniversario? Talvez.--...ele nem me conhecia. De alguma forma ele voou para mim. De alguma forma ele tem asas.
Perguntou-me se eu poderia dar-lhe 10 centavos para ele poder comer algo...continuou seu caminho.
As flores continuam a cair vez em sempre, continuo a ter muito carinho por elas, gostar delas. E as pessoas, as pessoas são pombos, são mesmo pássaros. Esse homem –única pessoa que esteve comigo esta tarde.— é uma rosa, uma rosa que pombos devem ter tentado matar, lhe cortar da sua roseira própia, lhe tirar a vida. Jogado ao chão ao certo, lama sufocante e água muito suja e cega deve ter sido derrubada sobre ele. Tudo até me parecia dizer que seus espinhos são muitos e eles o protegem. Não, não. Engano. São suas pétalas que o protegem. sua defesa sem escudo. È seu bom dia, mesmo que não lhe seja devolvido. O bom
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E o meu dia ficou bom, depois de ler isso!
ResponderExcluirBjos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirpuxa!
ResponderExcluirtexto atordoante..
lindo, adorei.
e olha só:
hoje é meu dia no Versos de Falópio:
http://versosdefalopio.blogspot.com/
Apareça!
um beijo, Macabeu!